Quanto mais nos aproximamos do fim natural, mas temos a impressão de que tudo foi ontem. E foi. Na realidade, guardamos impresso em nossas mentes pequenos momentos de nossas vidas, não ela toda em detalhes. Eu estou para fazer 52 anos. Não me acho velho, enferrujado sim, mas velho não. E quando fecho os olhos e olho para trás, percebo o quanto próximas de mim estão minhas lembranças de criança e juventude. Se fechar o olhos agora, me vejo nitidamente num quarto de um apartamento que morei com 4 anos de idade, brincando com meus carrinhos. Quase dá para sentir meus pensamentos no momento. O momento que meu pai, desajeitado para o serviço, montava minha primeira bicicleta ao lado de um menino ansioso para poder pedalar. Minha primeira transa com uma loira espetacular que aproveitei tão pouco. Não acho que tenha um bom olfato, mas é só eu me concentrar um pouco e sinto o cheiro do perfume predileto de meu pai. Quando sinto esse cheiro, gosto de pensar que ele está a meu lado. Que não é pura fantasia e sim presença física atemporal. Minha vó. E por aí vai. Quem dera os jovens, os mais jovens que eu, pudesse ter essa noção antes que chegue a verdadeira hora da saudade. Talvez esses pensamentos só nos sejam dados na hora da saudade. Por isso coloquei esse vídeo aqui. Ele não trata de brincadeira não, meninos(as), é a mais pura verdade. Pode não parecer, mas pense a vida como o tocar de um relâmpago no solo. Sim, ela é essa fração de segundos dado a imensidão temporal do universo em que vivemos.
Gosto dos seus textos.
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