quinta-feira, 26 de setembro de 2019

Minha única luz...

"Tive um sonho que me assustou e me animou ao mesmo tempo. Era de noite, e encontrava-me num lugar desconhecido. Avançava com dificuldade contra um vento forte. Uma densa bruma cobria tudo. Nas minhas mãos em forma de taça, tinha uma débil luz que ameaçava extinguir-se a todo o momento. A minha vida dependia dessa débil luz, que eu protegia preciosamente. De repente, tive a impressão de que algo me seguia. Olhei para trás e apercebi-me da forma gigantesca de um ser que me seguia e avançava atrás de mim. Mas ao mesmo tempo estava consciente de que, apesar do meu terror, devia proteger a minha luz através das trevas e contra o vento.

Ao acordar dei-me conta que a forma monstruosa era a minha sombra, formada pela pequena chama que tinha acendido no meio da tempestade. Sabia também que aquela frágil luz era a minha consciência. A única que possuía, confrontada com o poder das trevas. Era uma luz, a minha única luz." 

C. G. Jung


Nenhum comentário:

Postar um comentário