quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Ditadura Militar no Brasil


Com esse falatório todo sobre José Dirceu, José Genoíno e a própria Dilma Rousseff tratados como ex-terroristas me fez voltar a ler um pouco da história negra de nossa ditadura que perdurou por 21 anos (1964-1985).  Nos acostumamos muita a ler sobre os massacres acontecidos no Chile (1973-1990) e Argentina (1966-1973) e esquecemos, ou nos forçam a esquecer, que a nossa também teve o mesmo requinte de crueldade. 

Essas pessoas que agora chamam de terroristas foram justamente aquelas que deram a cara a tapa nesse período, enquanto a maioria de nós enfiava a cara no chão como avestruz. Não vou dizer aqui que não houve excessos nas motivações desses esquerdistas, pois também não fui e não sou a favor do regime comunista, mas crucificar quem tentou fazer alguma coisa não é certo. Essas pessoas, colocaram a coisa mais importante para um ser humano, que é sua vida, em risco por um país melhor. Antes de detratá-las, peço que veja em sua própria vida uma atitude tão altruísta. Dar a vida por uma causa.

A poucos dias, vi uma reportagem de Miriam Leitão, repórter que não sou muito dado a ouvir, pois é bastante Blim-Blim para meu gosto, sobre a Comissão Nacional da Verdade. Achei a entrevista de muito alto nível, pois o atual coordenador, Dr. Cláudio Lemos Fonteles, procurador geral da União no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, expôs com muita clareza a função dessa comissão. Não se trata de nenhum sentimento de revanchismo, e sim colocar a limpo uma parte muito importante de nossa história como nação. Agora, o que será feito dessa pesquisa toda, cabe a nós, como cidadãos, decidirmos.

Se quiser assistir, acesse o link abaixo.

Talvez, as pessoas que dizem serem terroristas os nomes citados acima, não o façam de má vontade, e sim pelo completo desconhecimento de fatos que nos foi, e continua sendo, escondidos. Tenho para mim que essa história tem que ser revista e contada de forma imparcial para que nosso povo possa ter uma história completa e não com páginas coladas.

Indico o filme "Pra Frente Brasil" como o mais emblemático sobre a Ditadura no Brasil. Se for ver, preste especial atenção ao personagem de Luiz Armando Queiroz. Esse, o tempo todo, faz questão de não ver nada que acontece ao seu redor dizendo que não tem nada haver com isso e no final é pego erroneamente pela repressão e presentimos, pois não aparece a história dele, que terá o mesmo fim que o personagem principal vivido por Reginaldo Farias.

Precisamos saber sobre esse período de nossa história para podermos dar nomes aos bois. Apontar como terroristas e repressores as exatas pessoas ou grupos de pessoas. Como pode nossa população esquecer do Atentado do RioCentro, que colocou de pijama um coronel que não quis assinar o relatório e alçou a general quem se dispôs?

Porque o exército não assume seu papel. Pelo que me consta, Castelo Branco liderou o golpe de 64, pois achava que colocaria as "coisas" nos trilhos e entregaria o governo para os civis, voltando para os quartéis. Mas quem ganhou a disputa foram os costistas, grupo linha dura enfileirados com Costa e Silva. Portanto, será que nos quartéis ainda temos costistas? Ou será que grande parte da elite política e empresarial ainda continua por aí? Maluf e Sarney, por exemplo, são de lá. Sarney era da Arena que depois virou PDS, e num golpe bem feito, fundou a Frente Liberal, que com o PMDB, formaram a Aliança Democrática passando nessa aliança a ser o vice de Tancredo para serem levados ao Colégio Eleitoral, no qual saíram vencedores.

É, talvez tenhamos de ver todos os protagonistas dessas histórias morrerem para podermos desenterrar nosso passado recente.

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